Passarinhando no cânion do Itaimbezinho e Cambará do Sul
A cidade de Cambará do Sul, no Rio Grande do Sul, situada na região nordeste do estado, em um altiplano de 1000 metros de altitude, distante 185km de Porto Alegre, é a região onde se situam os cânions brasileiros do Itaimbezinho e Fortaleza. Em Cambará do Sul estão as sedes do Parque Nacional de Aparados da Serra e do Parque Nacional da Serra Geral, administrados pelo ICMBIO.
O trajeto, desde Porto Alegre, pode ser realizado por várias estradas, sendo que sugerimos seguir pela RS020 até a cidade de Cambará do Sul. É uma estrada de pista única em seu maior trecho, mas com movimento pequeno assim que sai da zona urbana de Porto Alegre.
Na região existem diversas pousadas, algumas com pouco conforto, outras um pouco mais sofisticadas, mas cuja ocupação costuma ser grande durante todo o ano, sugerindo que se devam realizar reservas com antecedência. Também estão disponíveis diversos restaurantes para os visitantes conhecerem a comida gaúcha e serrana.
Ficamos hospedados por um pernoite na Pousada da Fazenda Pindorama, que está na periferia da cidade, de onde a fazenda se situa em direção à zona rural.
De acesso através de estrada não pavimentada, cujo leito é constituído principalmente por pedras, os cânions são um espetáculo da natureza de grandeza ímpar.
No Itaimbezinho em Cambará do Sul, existe um acesso razoável, e também uma infraestrutura do ICMBIO que provê banheiros, uma sede, e deques de observação em vários locais do cânion.
Na Fortaleza, cujo acesso final é precaríssimo, com um trecho de estrada de pedras soltas e afloradas, não existe banheiros nem tampouco infraestrutura de observação, somente um controle pelo ICMBIO do número de visitantes.
Além dos cânions diversos outros atrativos naturais podem ser visitados na região, dependendo do tempo disponível para os deslocamentos.
É uma região que abriga algumas espécies de altitude, que não são encontradas em regiões mais baixas. Quem pratica o Birdwatching sabe que os mamíferos e outros gêneros da fauna sempre chamam a atenção, até porque a motivação é quase sempre preservacionista. Muitos mamíferos de difícil observação em outros locais, como o tatu, o graxaim, o quati entre outros, são frequentemente encontrados nesta região.
Entre as aves que encontramos podemos citar a gralha azul, a curicaca, a maria-preta-de penacho, a noivinha-de-rabo-preto, a maria-preta-de-bico-azulado, o garimpeiro, o gibão-de-couro entre outros.
Gosto de fazer a observação de dentro do automóvel, circulando pelas estradas atentamente, principalmente nos moirões que compõe as cercas das propriedades. Como a viagem não era dedicada exclusivamente à observação de aves, pudemos conciliar os interesses de todos os viajantes.
Desta forma, o nível de dificuldade pode ser considerado baixo, pois não necessita muitas caminhadas, e os locais de observação em geral são bem iluminados, favorecendo facilitando a tomada de boas fotos. Apesar das estradas com muitas pedras, realizamos a viagem com automóvel passeio comum, suficiente desde que se use de velocidades adequadas nos locais de muita pedra.
Devido à grande altitude, durante a noite a temperatura sempre baixa bastante, requerendo que os visitantes usem agasalhos apropriados para a proteção contra o frio, mesmo durante o verão.
Veja no link abaixo, um pequeno vídeo do passeio do tatu-mulita, que roubou a cena das aves.